QUEM SOMOS


O Gíria Vermelha é um dos grupos de rap que fazem parte do Movimento Hip Hop Organizado do Maranhão “Quilombo Urbano” que em 2010 completou 20 anos de existência. O Gíria Vermelha, por sua vez, foi formado em 2002, mas dois de seus membros, Hertz e Verck, são remanescentes dos grupos mais antigos que se formaram no interior do Quilombo Urbano. Na sua atual formação, além de Rosenverck Estrela Santos (Verck), 33 anos, e Hertz da Conceição Dias (Hertz), 39 anos, o grupo conta ainda com a participação da reconhecida cantora de MPB do Maranhão, Luciana Pinheiro, 38 anos.

Na sua filosofia política está claramente presente uma posição que combina a luta de classe com a de raça. Na perspectiva de negação do “sistema fonográfico burguês” (Hip Hop Militante) o discurso rimado do grupo aponta para construção de uma alternativa de esquerda para arte de um modo geral, uma arte que seja engajada na lutas sociais e em defesa da juventude de periferia “a arte pela arte pra nós é surda e muda/ não, não fede e não cheira/ pra periferia tem que ir pra lixeira”, conforme afirmam na música “Lutar é Preciso” um dos rap´s mais apreciado do grupo em diversos estados do país.

Hertz e Verck são formados em história e pós-graduados em educação, já Luciana Pinheiro é formada em Farmácia. No entanto, uma das proezas do Gíria Vermelha é conseguir dialogar, de forma didática/ musical, com setores da classe trabalhadora tanto do universo letrado (das academias) como universo plebeu (das periferias) e do universal sindical.

Os temas tratados em suas letras são sínteses dessa visão que ultrapassam os muros das universidades e as fronteiras das periferias e favelas do Brasil. É possível encontrar em suas músicas, relatos e análises da vida dura de quem vive em meio ao barbarismo da “guerra interna” das periferias brasileiras, como nas canções “Tão Só” e “Liberdade Sem Fronteiras”, como na marcha revolucionária da canção “A Hora do Revide” ou no grito de solidariedade ao povo palestino presente nas canções “Lutar é preciso” e “Coração Destemido”.

O local e o internacional se entremeiam nas poesias cortantes de suas letras e nelas o orgulho negro e a denúncia das desigualdades raciais não são meros apêndices, mas questão de centro como consta na envolvente “Herói de Preto é Preto”, em fim raça e classe não se sobrepõe, mas se mostram como face de uma mesma moeda: a do sistema capitalismo.

Em setembro 2008 o Gíria Vermelha lançou seu primeiro trabalho intitulado “A HORA DO REVIDE” com 16 faixas, em janeiro de 2010 participaram da coletânea de em homenagem aos 20 anos de Quilombo Urbano com duas canções “O flautista e a Rataria” que retrata de maneira crítica e irônica a volta do grupo Sarney ao governo do Maranhão após a cassação do então governador Jackson Lago (PDT) e “ Coração de Mãe” que narra um conflito que resultou em diversas mortes na virada do ano de 2009 para 2010 no bairro da Liberdade, bairro de maioria negra em São Luís do Maranhão cujo ambiente é fonte de inspiração e de convivência social do grupo, haja visto que todos os seus três principais membros tem parentes nessa comunidade.

O próximo trabalho do grupo deverá ser o lançamento de um DVD que está em vias de gravação e o tão esperado novo CD que deve sair em 2011 e deve ser duplo.